quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

43- Acima dos 50°


Entrei em casa e tirei a camisa. Estava um calor infernal lá fora. Apenas queria descansar um pouc. Percebi que Julie estava na piscina, brincando com Jen.
Pulei na piscina para passar um tempo com as duas.
De repente, o telefone tocou.
-Por favor, não atende – disse Julie
-Eu tenho que atender – eu disse, saindo da piscina
Corri e atendi o telefone.
-Quem é? – perguntei
-David. Tenho uma notícia importante – ele disse
-Qual?
-Foi achado o 4º pedaço da pedra. Vamos nos encontrar no mesmo lugar de sempre – ele disse, desligando
 Eu e Julie fomos até lá e deixamos Jen com a babá. O resto do pessoal estava com David, nos esperando.
-E aí? – eu disse
-Onde está? – perguntou Mike
-Um lugar onde vão precisar de roupas frescas – respondeu David
-Qual é! Eu já me cansei desses seus joguinhos – disse Eric
-Tá legal, tá legal. A pedra está no Egito – ele disse
-E como nós vamos para lá? – perguntou Jack
-À moda antiga: de avião – ele respondeu
Nós pegamos o último vôo do dia para o Egito. Tivemos que aturar Nathália se aproveitando das comissárias de bordo. Ela pediu jabuticaba para elas! Segundo ela, era uma brincadeira.
Chegamos ao Egito um tempo depois e nos dirigimos ao deserto.
Eu e os caras tiramos a camisa, enquanto as meninas encurtavam suas blusas o máximo possível.
-Está... muito... quente – disse Nathália – Mamãe... eu quero... sorvete
Logo, ela caiu no chão, desmaiada.
-Nathália! – disse Marcelo, correndo para pegá-la
Julie disparou um jato d’água em Nathália, que rapidamente acordou.
-Sua vaca! Desmanchou meu cabelo! – gritou Nathália
-Ok. Então, da próxima vez que você desmaiar de calor, eu deixo você morrer – disse Julie
-É bom mesmo! – disse Nathália
Continuamos seguindo. Eu e Julie revezávamos disparando água no pessoal.
-Afinal, como vamos achar essa pedra? – disse Antonio
-Ele tem razão. Nós só estamos andando – disse Hailey
 Logo, vi algo a uns quilômetros de distância.
-Olha, gente! – eu disse, apontando
-Olhar o que? – perguntou Nicole
-Tem algo mais a frente – apontei novamente
-Eu também estou vendo – disse Jack
-Eu também – disse Marcelo, apontando
-O que é isso? Miragem em grupo? – perguntou Hailey
Continuamos seguindo e o borrão que avistei estava ficando maior. Quando nos demos conta, estávamos vendo uma das 3 pirâmides.
-Estou com o pressentimento de que a pedra está aí – eu disse
-Jura? Não sabia que era vidente – disse Nathália
-Nem eu sabia que você era comentarista – eu disse, rindo
-Ah, vamos entrar logo! – disse Mike
Me transformei em pedra e soquei a parede.
O lugar era muito escuro, então, criei uma bola de fogo para iluminar o local. Nathália reclamou de cansaço e encostou na parede. Então, um buraco se abriu no chão, levando a um poço de água verde. Todos caímos, mas eu consegui disparar água para lançar todos de volta lá para cima
-Valeu por quase nos matar, Nathália! – disse Nicole
-Ah, de nada, miga! – ela disse, rindo
Continuamos seguindo em frente e, de repente, soprou um vento e minha bola de fogo se apagou e tudo ficou escuro.
-Quem esqueceu de pagar a conta? – brincou Antonio
Fomos andando, quando caímos em um buraco e fomos escorregando. O “tobogã” finalmente acabou e todos caíram. Jack, Hailey e Marcelo acabaram caindo por cima de mim.
-Pelo menos algo amaciou a queda – disse Marcelo
-Dá licença, mas eu não sou um puff! – eu disse
Quando percebemos, estávamos em um imenso salão com baús e sarcófagos.
-Uh! Múmias! – disse Julie
-Não é novidade. Já temos a Nathália – eu disse
Nathália me deu um soco no peito e nós continuamos. Jack abriu um dos baús e lá haviam vários colares, tiaras e outras coisas valiosas.
-Uh! Dinheiro! – ele disse
-Bota isso de volta no lugar – disse Nicole, dando um tapa no braço de Jack
Ouvimos um barulho e um sarcófago caiu.
-Aaahhh!! Múmia!!! – gritou Nathália
-O plano não era ser discreto? – eu disse
-Quero ver você ser discreto quando estiver prestes a ser enfaixado! – ela disse
Quando nos demos conta, um espinho veio contra a gente e acertou Mike. E depois, uma pulsação acertou Hailey e Jack.
-Olá! – disse Eterno – Quanto tempo!
-Seu... seu... – disse Nicole, pulando para atacá-lo
Ele a socou e ela bateu numa pilastra. Lancei uma rajada de fogo contra ele, que acertou outra pilastra. O cara das pulsações lançou uma pulsação contra Nathália, que acertou um sarcófago.
O sarcófago abriu e uma múmia caiu em cima de Nathália.
-Aaahhh!! Múmia!!! – ela gritou e caiu desmaiada
-Ai, meu Deus. Sou amigo de uma porta! – eu disse
Marcelo conseguiu fazer uma chuva de jóias contra os capangas de Eterno.
-Metal? É, essas jóias são baratas! – ele disse
Todas as jóias foram, exceto uma pequena pedra brilhante. Aquilo era o que nós queríamos.
Fui correndo e peguei a pedra. Saímos todos correndo dali.
-Peraí! Nathália! – lembrou Marcelo
Quando chegamos, Eterno segurava uma espada no pescoço de Nathália.
-A pedra ou a vida de sua amiga – ele disse
-Você não... – disse Mike
-Tem certeza que preferem arriscar? – perguntou Eterno
-Não! – disse Marcelo, pegando a pedra de minha mão e jogando para Eterno
-Marcelo! – eu disse
-Não vou arriscar a vida da minha noiva – ele disse
Pegamos Nathália e Eterno se foi.
Saímos da pirâmide e nos sentamos.
-Como... como você pôde fazer isso? – disse Antonio
-Eu não ia arriscar a vida da Nathália – gritou Marcelo, chutando a areia
-Só falta uma pedra e se agente vacilar mais uma vez... é o fim – eu disse

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

42- Nostalgia

-Você precisa realmente relaxar! – disse Julie pela milésima vez nessa semana.
-E o que você sugere? - perguntei me levantando do chão.
-Bom, o verão começou já quase uma semana. - disse Hailey, se juntando a nossa pequena reunião - Seria bem legal se pudessemos viajar para um lugar bem quente, não acha?
-No Brasil, pelo o que ouvi, está um calor de rachar. - disse Mike, vindo junto de Hailey.
-Não, estive pensando em um lugar um pouco melhor, e mais calmo. - disse Jack novamente.
-Lugar calmo, definitivamente não é comigo! – disse Nath sorrindo.
-Que tal Califórnia? - sugeriu Julie esperançosa - Sempre quis conhecer, e parece ser um lugar perfeito.
-Não, não. Que tal... hun... - pensou Antonio - Los Angeles? As praias lá são perfeitas.
-Não, vamos para o Caribe. Já conheço todos esse lugares. - eu disse olhando para cada um da sala.
          Julie me encarou surpresa.
-Tem muitas coisas sobre mim que você não sabe. - disse fazendo um pequeno sorriso surgir nos meus lábios.
-Espero que, pelo menos, seja verdade que você me ame. - ela disse me dando um beijo.
          As férias da minha vida. Podia se dizer assim.
          O sol quente batia em minha nuca, e eu ainda podia ouvir as risadas do pessoal vindo da praia. Embora ela estivesse deserta, e eu, a metros de distancia.
          “Tudo vai ficar bem” – dizia uma voizinha em minha cabeça, embora fosse uma tentativa frustante de me convencer.
 Meu telefone começou a tremer, e eu havia recebido uma mensagem.

          “Espero que você realmente tenha juizo e venha me encontrar na sacada do hotel, às 14:30. Não esqueça de trazer seus parceiros.”

          “Não vai!” – disse novamente a voizinha – “Você não vai fazer isso!”
          Embora eu quisesse realmente obedecer a voz, eu não conseguia. A curiosidade era muito maior.
          Olhei para o relógio, ainda era 11:00min da manhã.
-Você tem certeza de quepode ser esse tal de AL? - perguntei a Nath no quarto dela.
          Eu estava sentado de frente para ela, encanrando-a. Nínguem mais sábia que eu estava ali.
-É claro! - ela disse se levantando e indo pegar alguma coisa na mala - O AL nunca apareceu para ninguém. Ele só se comunica com a Allanis atravez de bilhetes. - e ela me entregou um bilhete.
-O que é isso?
-Um bilhete, do AL também. Mas é apenas uma xerox, tirei antes de vir para Paris com vocês, achei que aqui pudesse descobrir algo sobre o AL.
          Algo abriu a porta e disparou uma rajada de vento em nossa direção. Uma faísca preta passou por todo o quarto e deixou aos cacos. A fumaça parou de rodear, e no lugar onde ela havia parado, estava uma mulher magra, com os cabelos bagunçados e o rosto muito fino.
-Ora, ora, ora. Olha quem temos aqui. – ela disse fazendo uma voz fina e aguda.
-Elisabete Hufgrund. – disse Nath – O que você quer aqui?
-Não é com você que eu quero falar. Sua sujeitinha de sangue ruim. - ela disse fazendo uma careta e vindo em minha direção - É com você. - ela disse segurando minhas bochechas.
          Não sabia do que ela estava falando, ou o que ela queria se referir.
 -Você tera meia hora para juntar a sua turminha e ir nos encontrar no saguão de entrada. – ela disse puxando uma faca – Se não, a vida da sua amiga estará por um fio. - ela disse, fazendo um sorriso forçado.
          Ela foi a Nath e apontou a faca para o pescoço dela, puxou o cabelo dela e arrastou para fora do quarto.
          Saí atrás dela, porem, ela já havia saído do hotel.
          “Isso não pode estar acontecendo, não pode, não pode” – dizia uma voz novamente em minha cabeça.
          Entrei em disparada no quarto, ignorando as expressões no rosto de Julie.
          “Respira fundo” – disse a mesma voz.
-Ok, Lucas, me diz o que está acontecendo. - ela perguntou confusa - A Nath foi sequestrada por uma mulher chamada Elisabete Hufgrund.
-Que bom que você conseguiu entender uma história longa em apenas menos de uma frase.
-Os outros já sabem? - perguntou ela nervosa.
-Não, eu estava no quarto com a Nath quando ela invadiu, quebrando tudo pela a frente – respondi
-O que você estava fazendo no quarto da Nath a es...
-Não é hora para crise de ciúme! Vamos logo. - disse a puxando pelo o braço.
          Conseguimos alertar todos a tempo, o que, de certa maneira, é bom e preocupante. Na realidade, todos estavamos nervosos com o acontecido, embora temiamos pelo o pior. Quando era 14:20, descemos e, como quase tudo estava vazio, fomos para a sacada do hotel.
          Para que fosse preciso distrair todos os visitantes e hospedes, os seguidores do AL usaram fogos de artífios com diferentes formas. Vimos um vulto preto indo na direção oposta, então o seguimos.
          Entramos em um depósito abandonado, aparentemente com uma aparência bem precária. Nathália estava ali, no meio, sentada em uma cadeira, amarrada por grassas cordas marrons e amordaçada. Marcelo tentou (em vão) tirá-la dali: a corda estava dando choques a qualquer pessoa que encostasse nele.
 - HAHAHAHA, vocês não irão conseguir. - disse a voz fina da mesma mulher que havia sequestrado a Nath, ela saiu da escuridão.
          Seu rosto fino demostrava um grande sorriso amarelado, e seus cabelos mal penteados estava ainda mais bagunçados.
-Fique tranquila, Bete querida. – disse a voz aparentemente tranquila de um homem saindo também da escuridão – Não queremos machucar vocês, mas, se partirem para a violência, seremos obrigados a nos defender-mos.
          Todos estavamos em estado de choque, a respiração agora estava acelerada.
 Não o ataque, disse aquela maldita voz em meu pensamento. Deveria ser o que todos chama de consciência.
-Quem é você? - disse Marcelo, ficando em posição de ataque.
          “Não” – pensei, tentando gritar, mas minha voz não saía.
-Como você ousa falar assim com ele? Como você ousa tentar no atacar? – disse a mulher, parecendo muito ofendida.
-Soltem ela. Ela não fez nada para vocês. – disse Eric, segurando Marcelo, para que ele não os atacasse.
-CALEM A BOCA! - vociferou a mulher.
-Bete, eu já pedi para controlar as suas emoções. – disse o homem com a face palida e fina, seus olhos fundos e muito escuros. Suas sobracelhas grossas estavam franzidas, vendo qual seria a reação de Marcelo. Seus cabelos crespos estavam tampando seu olho direito.
          A cada movimento que a Nath fazia era como se ela levasse um choque. O que deixou Marcelo muito mais tenso - assim como estavam todos.
-O que eu quero é muito simples. – disse o homem – Quero que vocês me entreguem a profecia qu...
-Profecia? Que profecia? Você deve estar delirando! Não existe essa baboseira toda de profecia. – disse Marcelo, o que foi realmente um erro.
          A mulher avançou, puxou sua faca e apontou para o pescoço do Marcelo, o puxano para trás, do mesmo modo que havia feito com a Nathália – que soltou um uivo de furia quando viu a cena.
-A profecia que foi feita no momento do nascimento de um dessa tal família Voture – o homem explicou
-Qual? – perguntei
-Isso é com vocês – ele disse
          Nath conseguiu se libertar das cordas grossas e lançou uma lâmina, que atravessou o peito do homem e atingiu a faca de Bete, o que a empurrou para cima. Antonio pulou, Nicole puxou Marcelo e Antonio jogou a faca para mim, que a segurei e apontei para Bete. O homem caiu por cima de mim, me sujando de sangue. Pude notar que sua pele era fria. Agarrei Bete, e sua pele porem era muito mais fria do que a do homem. Quase tão gelada quanto gelo. E dura.
-MEU AMO! – ela gritou quando viu o corpo ensanguentado do homem no chão – Você irá pagar, seu sangue ruim! - ela disse dando um chute em minha barriga e puxando a faca de minha mão.
          Me virei a tempo de ver a batalha entre ela e a Nathália.
          Ela levantou o braço direito junto com a faca, porém Nath empurrou o braço dela, lançou uma lâmina na faca, que voou e ficou presa ao teto, enquanto outra lâmina se formava na palma de sua mão e apontava para o coração de Bete.
-Allanis me contou tudo! – disse Nath, empurrando a mulher com as unhas de metal – Foi você quem matou a Jubs! Se não fosse culpa sua, hoje, Lucas estaria feliz com ela, e não nas mãos na pilantra da Amanda.
-A escolha foi dele. – ela disse e eu notei novamente seu sorriso asqueroso se formando na boca - Mas ele teve piedade de mim e...
 - Mas eu... não nasci... para ter... piedade de nín... nínguem! – ela disse e, quando ela finalmente ia enfiando as lâminas no coração dela.
 - Não foi nosso último encontro. Vocês fiquem de olhos obertos comigo. - ela virou fumaça, passou por seu corpo, e deu uma volta pela sala nos jogando no chão, e saiu, levando o corpo do homem.
 - Isso não vai terminar aqui. – ela disse, caindo no chão quando Marcelo foi socorre-la - A guerra entre o AL e os Voture estão só começando... – e depois disso desmaiou.
          Eu não entendi nada da conversa da Nathália com a mulher, mas parece que tinha algo relacionado com uma amiga do outro Lucas, o de Hollywood.
          Levamos Nathália para o hotel, onde ela poderia descansar.
-Ela vai ficar bem? – perguntou Nicole
-Claro! Já vi ela passar por coisas bem piores – respondi tranquilamente
-Você sabe sobre o lance do “escolhido”? – perguntou Mike
-Temo que sim – respondi
          Avisei a todos que sairia por um tempo. Fui até o aeroporto e comprei a passagem. Para Hollywood.

CONTINUA
Em Loucuras Voture (voturecrazy.blogspot.com) (Cap. 34)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

41- A Sangue Frio

PDV da Nicole

-Qual é! Fica, vai! – eu disse
-Não podemos – disse Hailey
-Por quê? – perguntei
-Porque vai ter uma reunião de família. Hailey é minha namorada e vem comigo – disse Mike
-Vocês são amigos ingratos – eu disse
          Fui até a casa de Lucas para conversar um pouco com Julie, porém, lá encontrei ela, Lucas, Nathália e Marcelo de malas prontas.
-Onde vocês vão? – perguntei
-Ao Brasil – respondeu Julie
-Fazer o que? – perguntei novamente
-Visitar parentes – disse Marcelo
-Mas Julie é americana! – argumentei
-É, mas eu, Marcelo e Nathália somos brasileiros – disse Lucas
-A gente tá de férias! Arranja algo pra fazer também! – disse Nathália
-Valeu, Srta. Gentileza – eu disse, com raiva
          Todos estavam viajando. Claro! Estão de férias! Mas eu não. Eu ainda tinha que trabalhar. Jack também havia viajado. Ele voltou aos EUA para visistar os pais. Antonio e Eric também iam viajar aos EUA para visitar os pais de cada um. Fui me despedir dos dois.
-Tem certeza que não querem ficar? – perguntei
-Não podemos – disse Eric
-Já compramos as passagens – completou Antonio
          Eu os acompanhei até o aeroporto para me despedir oficialmente deles. Estava anoitecendo, então voltei para casa e liguei a TV. Já eram 22:30! Eu nem tinha visto a hora passar. Tranquei as portas e fiquei vendo televisão. Estava passando “Atividade Paranormal”.
          Dormi no meio do filme. Acordei por volta de 0:30 com um barulho no quintal. Parecia um dos meus vasos de planta quebrando. Fui até o quintal para ver o que houve.
-Tem alguém aí? – perguntei
          Ouvi um barulho de vidro quebrando vindo de dentro da minha casa. Quando entrei, encontrei um ser encapuzado e com um manto negro sobre a roupa, formando uma espécie de capa preta.
-Eterno... – eu disse
-Nicole. Senti saudades – ele disse, com sua voz grossa e distorcida
          Ele avançou em minha direção. Peguei uma frigideira e acertei sua cara.
-O que você quer? – perguntei
-Vingança. Você traiu minha confiança. Foi para o grupo dos inimigos. E vai pagar com a vida! – ele disse, se levantando
          Ele socou meu estômago, me pegou pelos ombros e me jogou contra as costas do sofá. Ele pulou em minha direção mas eu consegui desviar, fazendo com que ele acertasse o sofá e o arremessasse contra a estante da TV.
          Eu entrei no carro e saí em disparada. Fui dando umas voltas pela cidade para que fosse mais difícil que ele me achasse. Olhei no meu relógio e percebi que ainda era 01:15.  Vi que ainda tinha tempo para achar o melhor lugar para me esconder.
          Dirigi até a floresta onde era o antigo esconderijo de Eterno. Desliguei o carro e fiquei ali, entre as árvores, descansando. Eu estava cansada, meus olhos tentavam se fechar enquanto eu tentava mantê-los abertos.
          Acabei pegando no sono. Quando acordei, ouvi um barulho. Porém, quando percebi, era apenas um coelho. Ele bateu com as patas na porta do carro, como se pedisse abrigo. Logo, vieram mais coelhos, esquilos, ratos e outros bichos. Pareciam assustados com algo. E eu sabia o que era.
          De repente, algo veio muito rápido e acertou meu carro. O Carro foi lançado para longe e capotou. Por sorte, eu estava com o cinto de segurança. O carro parou de lado. Eterno pulou em cima do carro, arrancou a porta e me puxou. Ele me jogou para longe e eu rolei na lama.
          Ele pegou uma imensa pedra e jogou contra mim. Eu consegui rolar para que a pedra não me esmagasse. Eterno correu em minha direção. Preparei minhas garras e as cravei em seu peito, liberando veneno.
          Ele caiu no chão, aparentemente morto.
-Nunca pensei que fosse tão fácil – eu disse – O que ele tem de tão perigoso?
-Isso! – ele respondeu
          Logo, ele disparou um tipo de laser que me lançou de costas contra a pedra. Caí na lama novamente. Percebi que as minhas costas estavam sangrando.
          Usei minhas garras para pegar uma árvore e acertar Eterno, que foi parar longe.
          Fui até meu carro e peguei meu celular. Notei que Eterno estava voltando, então usei minhas garras para lançar meu carro contra ele. Liguei o celular e liguei para o Jack.
-Alô? Jack? – perguntei
-Sim sou eu. O que tá acontecendo? – ele perguntou, com voz sonolenta
-Estou sendo atacada! – eu disse
-Por quem? –ele perguntou desesperado
-Por Eterno. Preciso de sua ajuda. Estou aqui na floresta, perto do antigo esconderijo dele – respondi
-Ok. Tô indo para aí! – ele disse
-Rápido! – eu disse
          Desliguei o celular e vi uma luz vindo em minha direção. Era outro laser lançado por Eterno. O laser me imprensou contra uma árvore, que caiu.
          Desta vez, não consegui reagir e ele me pegou pelo pescoço. Ele começou a apertar meu pescoço, fazendo ficar cada vez mais difícil respirar.
-Não consigo... res...pirar – eu disse
-Qual você acha que é a minha intenção? – ele disse, apertando mais
          Cravei minhas garras no alto de sua cabeça, liberando veneno. Ele caiu no chão e desmaiou. Meu carro estava depredado, então minha única opção era andar. Não queria ficar esperando-o acordar.
          Minha roupa estava rasgada e minhas pernas, bambas. Minha visão estava embaçada. Estava muito cansada e fraca. Certamente, eu estava já distante de Eterno, mas não conseguia prosseguir. Caí no chão e desmaiei. Acordei com leves tapas no rosto.
-O que.. o que foi? – eu disse, com voz fraca
-Que bom que você está bem! – disse Jack, me abraçando – Pensei que você tinha morrido!
-Eu estou bem – respondi – Pelo menos, quase bem.
-Fiquei meia-hora te procurando nessa floresta. Vou te levar para casa – ele disse, me pegando no colo
-E o Eterno? – perguntei
-Eu não o encontrei – ele respondeu
-Ahn... – eu disse, procupada
          Agora, o melhor a se fazer é ficar de olhos abertos.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

40 - Quem é o Dono do Meu Coração?

PDV da Nathália

 Me levantei da cama e fui até a cozinha, preparar o meu café da manhã. Ouvi a campainha tocar, e quando fui atender, era o Marcelo.
 - Como você está? - ele perguntou me dando um selinho - Não te acordei não, né?!
 - Não, sem problemas. - respondi sorrindo.
 - Vou me preparar para as gravações do meu novo albúm. - ele disse entrando enquanto eu fechava a porta - Quer ir? - ele fez a oferta.
 - Não dá - disse fazendo uma especie de careta ao dizer o não -, tenho que ir trabalhar.
 - Sério? Olha as faixas. - ele disse me entregando um papel com o nome das músicas.
 - Não brinca que você vai gravar com a Katy Perry! - eu gritei o abraçando.
 - E aí? - ele perguntou, e eu podia jurar que havia uma pontada de esperança em sua voz.
 - Ainda não vai dar - disse acariciando seus cabelos -, mas quero ser a primeira a ouvir.
  Ele me beijou e foi para a gravação. Fui para o meu quarto e me arrumeir para poder ir ao meu trabalho. Quando saí, encontrei um buquê, em frente a minha porta, no chão. Como se fosse naqueles filmes americanos. Me abaixei, peguei o buquê, e um pequeno envelope caiu. O abri e tinha apenas uma frase:

 Sinto sua falta. Falta dos seus beijos. Falta do seu corpo.
Mark

 Por incrivel que pareça, me senti tocada pela mensagem, mas me recompus e fui ao trabalho. Quando cheguei lá, encontrei minha sala repleta de pétalas de rosas.
 - Um tal de Mark que mandou tudo isso. - disse Stefanny, ao ler minha expressão no rosto.
 - Olha, agora que lembrei que preciso ir a um lugar e...
 - Você vai matar o cara que fez isso?
 - Não... quero dizer, sim... quero dize... ah, tanto faz, não é? - disse fechando a porta e saindo com ela - Pode cobrir meu turno?
 - Claro! - ela disse sorrindo.
 Marquei uma "reunião de garotas" na casa do Lucas.
 - Quer dizer que depois daquilo que ele te fez, ele ainda tem a coragem de te pedir de volta? - perguntou Nicole, se sentando ao meu lado na rodinha, trazendo a pipoca.
 - Eu sei. - concordei, pegando uma mão cheia de pipoca - Mas ele parecia arrependido...
 - No começo todos parecem. - disse Julie.
 - Mas, voltando ao foco, que é a Nath. - disse Hailey - Não me diz que vai querer voltar com ele?
 - Ah não, se você fizer isso, eu... eu... - gaguejou Nicole - Eu mato o Marcelo!
 - Ahn?! - disse fazendo cara de desentendida, mas logo voltei "ao foco".
 - Estou em dúvida. - disse bebendo um suco de laranja.
 - E quanto ao Marcelo? - perguntou Julie.
 - Eu sei! Ainda me sinto apaixonada por ele. Por isso a dúvida! - respondi.
 - Isso definitivamente é um problema! - disse Hailey bebendo suco - Você precisa se decidir co...
 - Eu não acredito! - disse Julie olhando para a porta.
 Lucas estava passando de um lado para o outro, na porta do quarto. Ou seja: ele ouvira a maior parte da conversa.
 - Lucas, prometa que isso não vai sair dessa porta. - disse fechando a porta.
 - Não posso. - ele respondeu fazendo cara de anjo.
 - Prometa! - eu disse, pondo a mão no seu pescoço.
 Ele se transformou em fogo e eu queimei minha mão.
 - Já disse que não posso!
 Com toda a raiva que eu conseguia sentir naquele momento, terminamos a reunião e eu voltei para minha casa para preparar minha janta. Coloquei uma lasanha no micro-ondas e fiquei vendo TV. Ouvi um barulho na porta e percebi que o Marcelo havia chegado.
 - Como foi na gravação? - perguntei quando ele se sentou ao meu lado no sofá.
 - Ótimo! - ele disse alegre - Já gravei o cd e comecei a gravar o video do primeiro single.
 - Não demorava para se criar um cd? - perguntei, bebendo um copo de suco - Ouvi dizer que demora muito.
 Ele ignorou minha pergunta e me beijou, porém eu não retribui. E ele estranhou meu ato.
 Fomos para a cama logo depois.
 - Passamos quase o dia todo distantes, que tal recompensarmos o tempo perdido? - disse Marcelo, tirando a camisa.
 - Desculpa. - disse pondo a mão entre seus lábios quando ele se apiou na cama - Não estou no clima.
 - Ah. Entendo. - ele disse, desanimando.

 FIM DO PDV DA NATH

 PDV do Marcelo

 Depois disso, até eu sai "do clima". Ela certamente estava preocupada com algo. O problema é que eu não sabia o que. (AUTOR: Ah vá, é mermo?)
 No outro dia, fui até a casa do Lucas e chamei os outros caras.
 - Porque todomundo escolhe minha casa como centro das reuniões? - perguntou Lucas se sentando no chão.
 - Isso é sério, não vamos falar sobre mulheres nem futebol. - respondi irritado.
 - Ah, meus dois assuntos preferidos. - disse Jack, ao lado de Antõnio - Já que não é sobre nenhum dos dois, acho melhor eu ir emb...
 - Fica aí! - disse irritado - O assunto É SÉRIO! - disse sério.
 - O que foi? - perguntou Antônio.
 - É que a Nathália está meio estranha esses dias. Não me beija, me dá patadas e diz que não tá no clima.
 - MÚÚÚ. - brincou Eric.
 - Não tem graça.
 - E você não faz ideia do que seja?
 - Se soubesse, não estaria convocando essa reunião. - disse sério - Algum de vocês sabem?
 - Não olhe para mim. - disse Jack se defendendo - Nunca consegui pegar a Nath, com ou sem você.
 - Na verdade... eu sei. - disse Lucas me fitando.
 Ele me levou para a cozinha, para podermos conversar em particular. O jeito dele estava me assustando.
 - Então porque ela está estranha?
 - Porque ela vive de TPM? - brincou Lucas, mas logo voltou a ficar sério - É o ex dela, está mandando rosas e se declarando para ela. E isso bagunça a cabeça dela.
 - Quer dizer que ela não gosta mais de mim?
 - Não. Quero dizer, sim... Ah, tanto faz! Mas ela disse que ama você!
 - E o que eu faço?
 - Eu tenho uma ideia, mas isso vai depender se você está disposto a fazer o que eu vou te sugerir. - ele disse em um tom misterioso.

 FIM DO PDV DO MARCELO.

 PDV DA NATH

 Parecia que tinha jogado minha cabeça no liquiduficador, de tanto que ela revirava. Stefanny foi até a minha sala de trabalho e disse que eu tinha visitas. E então ele entrou.
 - Oi Mark. - disse acenando.
 - Antes de tudo, vim te pedir desculpas, fui um idiota e...
 - É, você foi mesmo um idiota. - eu disse o interrompendo - Mas não justifica encher a minha sala de rosas, isso só irá piorar tudo! - menti.
 O sentimento confusa que havia se alojado em meu peito estava mais uma vez dando cambalhotas em mim.
 Antes que ambos pudessemos pensar em falar alguma coisa, Marcelo entrou em disparada na sala.
 - Mar... Marcelo? - gaguejei - O que você está fazendo aqui?
 - Apenas fique quieta e me ouça.
 Ele começou a cantar "Just The Way You Are", do Bruno Mars.

 When I see your face (Quando eu vejo o seu rosto)
There's not a thing that I would change (Não há nada que eu mudaria)
'Cause you're amazing (Pois você é incrível)
Just the way you are (Exatamente como você é)
And when you smile (E quando você sorri)
The whole world stops and stares for a while (O mundo inteiro para e fica olhando por um tempo)
'Cause girl you're amazing (Pois, garota, você é incrível)
Just the way you are (Exatamente como você é!)

 - É assim que eu me sinto em relação a você. - ele disse abaixando a cabeça - Você é tudo para mim, me transformou em um homem diferente. Você é... simplesmente... perfeita.
 Então ele se ajoelhou, pos a mão no bolso do casaco e tirou dele um cubo felpudo.
 - Nathália Costa, você aceita ser minha, para sempre, até o último dia de nossas vidas? - e ele logo abriu o cubo e havia um lindo anel de brilhantes nele - Você quer... se casar comigo?
 Naquele momento, eu fiquei em estado de choque. Esquecendo completamente que Mark ainda estava ali, e que Stefanny assistia a cena com um lenço na mão.
 - Marcelo, não sei o que falar...
 - NÃO! É CLARO! - berrou Mark.
 - Cala a boca, e sai daqui! - disse Marcelo se levantando - Caso o contrário, te jogo daqui de cima!
 - Dúvido!
 - Stefanny, chame a segurança...
 - Tudo bem, tudo bem. - disse Mark levantando as mãos - Mas, vai perceber que o melhor para você, sempre foi e sempre será eu. - e saiu da sala.
 - Não liga para o que ele fala. - disse Marcelo - Mas e aí, entrou no clima agora?
 - Sim, é claro. - respondi com um sorriso que ia de orelha a orelha - Stefanny, fica de olho na porta. Se alguem me procurar, diz que eu estou... ocupada! - disse fechando a porta e passando a chave.
 Depois dessa, não dava para não entrar no clima.